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Aprenda a ler 19

Atualizado: 8 de out.

[F-010] Aprenda a ler a frase: “Vaidade não é a pessoa querer se vestir bem, é se achar melhor que os outros”.



Recentemente, um padre (doutor pela PUC) explicava durante a homilia que “vaidade não é a pessoa querer se vestir bem, é se achar melhor que os outros”. Mas essa é a definição de orgulho, não de vaidade. Como Mário Ferreira dos Santos define, em seu livro “Curso de Oratória e Retórica”, orgulho é o alto conceito que temos de nós mesmos, do nosso valor, da nossa família; vaidade é o que nos leva a querer ser estimados pelos outros.


O erro do padre em assunto tão básico me deixou perplexo. Ora, se não sabe coisas como essas, como vai entender a Bíblia? Como vai aconselhar fiéis? De que adianta pesquisar palavras dos Evangelhos no grego ou no latim, para ter certeza do que dizem, se quando descobre, não entende o significado em português? A falta de base encontra-se tão disseminada que nem padres escaparam?


Mas, hoje em dia, há outra palavra que é frequentemente usada referindo-se a hábito parecido com o orgulho: autoestima. A autoestima é parecida com o orgulho, mas com a diferença de que se fala em autoestima geralmente quando a pessoa vê pouco ou nenhum valor em si mesma, quando tem pouco orgulho e se recrimina por achar ter pouco valor . A partícula “auto” significa “si mesmo”: por isso, autoestima é estimar a si mesmo; automóvel é o veículo que se move por si mesmo, sem precisar que nada o puxe, como as carroças precisam; autodefesa é defender a si mesmo; autodidata é a pessoa que ensina a si mesma, que aprende sozinha, sem professor; e autopiedade é ter piedade de si mesmo, ter pena de si mesmo.


Mas nem orgulho nem vaidade são vícios necessariamente, apenas quando se tornam exagerados. É razoável que a pessoa inteligente, forte, bonita, rica etc. se orgulhe desses bens. Mas não é razoável orgulhar-se ao ponto de se considerar acima e além dos opostos; isto é, não perceber que pode perder a inteligência, a força, a beleza, a riqueza etc. a qualquer momento, e que não está, portanto, fora do alcance do sofrimento, como qualquer outro ser humano, como qualquer mendigo, como qualquer esfaimado.


Já a vaidade torna-se um vício quando a pessoa, na busca da apreciação dos outros, tentar mostrar uma imagem sua que não é verdadeira. É natural que a pessoa deseje admiração pela sua inteligência, beleza, força, riqueza etc. Contudo, ocorre muitas vezes que, em vez de procurarem desenvolver essas qualidades (para alcançarem a admiração alheia), as pessoas buscam apenas parecer ter essas qualidades. Há aqueles que, em vez de agirem para ficar ricos, procuram apenas parecer ricos; em vez de se tornarem santos, buscam parecer santos; em vez de se tornarem cultos, tentam parecer cultos. Eis quando a vaidade se torna um vício.


A soberba, por outro lado, é sempre um vício. Soberba é a pessoa que se orgulha de feitos, qualidades e capacidades que na realidade não tem (soberba é um orgulho falso). Por isso, os procedimentos para elevar a autoestima de uma pessoa são bons, quando a fazem se orgulhar dos feitos e qualidades que realmente possui; mas são maus, quando a tornam soberba. E, o destino do soberbo é sempre a queda, como mostra o mito de Ícaro (Saiba mais...).


Sem saber o próprio idioma, não é possível haver autoconhecimento nem religião. Eis aqui o caso de um pastor protestante que não sabe ler...



Assim você aprenderá mais rápido e apoiará nosso movimento educacional.

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