Seu vocabulário define sua vida
- Luís Alberto C. Caldas

- 16 de set.
- 3 min de leitura
Atualizado: 18 de set.
[N-008] A quantidade de palavras de você conhece e a profundidade com que as conhece definem seu futuro.
No livro Word Power, Norman Lewis mostra alguns resultados da pesquisa conduzida pelo Human Engineering Lab, instituição do Exército Americano, para identificar o que faz alguns terem sucesso e outros não. Isso faz diferença tanto para ser contratado quanto para subir na carreira.
Num primeiro experimento, eles aplicaram testes de vocabulário a 100 profissionais com possibilidades de alcançar a posição de executivo em grandes empresas. Esses testes avaliavam a quantidade de palavras cujo significado os profissionais dominavam. Cinco anos depois, todos os que tiveram notas no teste entre as 10 melhores haviam alcançado posições executivas. No outro extremo, nem um único entre os que tiveram notas no teste entre as 25 piores haviam se tornado executivos.
Esse primeiro experimento aguçou a curiosidade de Johnson O’Connor, o responsável pelo laboratório. Então, por 38 anos ele aplicou cerca de 30.000 testes todos os anos, em empresas e universidades por todos os Estados Unidos, sempre confirmando a relação entre sucesso e vocabulário.
Mas isso nem sempre tinha a ver com boas notas na escola ou mesmo com ter terminado a escola. O’Connor comenta que certa vez testou o presidente de uma mineradora de carvão na Pensilvânia. Era um homem que havia subido na carreira, e sua gramática era péssima. Mesmo assim, em todos os testes de vocabulário, ele errou apenas 2 palavras. Isso é superior ao resultado obtido na pesquisa entre universitários, por exemplo; o melhor universitário havia errado 13 palavras.
O’Connor cita também o caso de uma mulher de 40 anos que obteve notas extremamente altas nos testes de vocabulário, mesmo tendo apenas o oitavo ano do nível fundamental. Apesar disso, essa mulher há 5 anos chefiava um grupo de 60 contadores.
Mas o laboratório não pesquisava apenas o vocabulário, fazia uma análise mais ampla, englobando também atitudes e hábitos do público estudado. Mesmo assim, veja o comentário que Norman-Lewis faz a respeito dos resultados:
“O Human Engineering Laboratory descobriu que a única característica comum entre as pessoas bem-sucedidas neste país é uma compreensão incomum do significado das palavras. O laboratório testou os vocabulários de milhares de pessoas de todas as idades, grupos e etapas da vida, e descobriu que aquelas recebendo os maiores salários obtiveram os melhores resultados nos testes”.
E por que isso acontece? Veja a explicação dada pelo Johnson O’Connor (diretor do Human Engineering Lab):
“Por que maiores vocabulários caracterizam executivos e possivelmente excelentes profissionais em outros campos? A resposta final parece ser a de que as palavras são instrumentos pelos quais homens e mulheres compreendem os pensamentos dos outros e com os quais eles realizam a maior parte do seu próprio pensamento. Elas são as ferramentas do pensamento".
Mas o vocabulário é importante não apenas para a vida profissional, fará toda a diferença na sua vida afetiva, na vida em família, na sua religiosidade e em tudo o mais.
Por exemplo, outro dia vi três adolescentes com uniformes de uma escola cara que, na hora do almoço, caminhavam perto do rio que passa em frente ao meu prédio, na zona norte do Rio de Janeiro. No rio, uma garça passeava com suas longas pernas, de olhos atentos à água. Eu estava na rua e, nessa hora, pude ouvir o seguinte diálogo entre eles:
_ Olha só: um ganso!
_ Não é ganso, seu seu burro, é uma gaivota!
Isso significa que (1) se o professor falar sobre garças, eles não farão ideia de sobre o que ele está falando; (2) se falar sobre gansos, um deles pensará numa garça; (3) a partir dessa experiência, um deles vai pensar que gaivotas frequentam rios muito longe do mar; (4) outro vai pensar que gansos caminham atentamente por rios buscando algo que comer. Sem vocabulário, a inteligência não se desenvolve.
Mesmo que não seja uma pessoa religiosa, pode encarar a Bíblia como um livro de sabedoria. E não é à toa que o primeiro trabalho de Adão foi dar nome a todas as coisas (Gênesis 2,19), ele teve de fazer isso para desenvolver a própria inteligência, antes de qualquer coisa. Adão teve de dar nomes, porque era o primeiro; a partir dele, o primeiro trabalho dos homens é aprender os nomes que foram dados às coisas.
Agora que sabe disso, teste o seu vocabulário, clicando aqui.
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