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Obras de Henry Miller

Atualizado: 20 de set.

[L-041] Toda obra sobre promiscuidade é baixaria?



A maioria das pessoas não são sinceras consigo mesmas. Quando narram as próprias vidas para si mesmas, inventam justificativas para seus erros (Ah, mas ninguém sabe o que eu passei... Eu fiz isso porque a outra pessoa fez aquilo... Naquelas circunstâncias, eu não tive escolha...), então consideram-se "santinhas", pessoas "do bem".


Se você se considera uma pessoa "do bem" é porque você não é. Pessoas realmente boas não se consideram boas, porque são mortalmente sinceras consigo mesmas, porque narram as coisas exatamente como ocorreram. Qualquer um que fizer isso, verá muitos erros, muito do que se arrepender.


O escritor Henry Miller, no seu livro Trópico de Câncer, faz isso, como comenta o professor, a seguir:


"Eu me lembro que, nos anos 60, todo mundo falava 'nós temos que fazer a revolução na cama, nós temos que trepar com todo mundo.' E você vai achar que é melhor que a sociedade, só por que você está fazendo isso. Bom, eu não nego que neste desejo haja um impulso originário de autenticidade, mas ele só funciona se você for uma pessoa muito talhada para aquilo.


Por exemplo, eu sempre li e apreciei muito os livros de Henry Miller. A experiência dele é a seguinte: “eu vou comer todas as mulheres que estiverem à disposição, incluindo as mulheres dos meus amigos, não quero nem saber”. Obviamente, um sem vergonha, um sujeito priápico.


Só que ele era também um sujeito sincero. Ele escrevia as memórias dele sem se enfeitar no mais mínimo que fosse. Ele só pensava “é um bando de filhos da puta e eu sou outro”. E, ao mesmo tempo, não tinha satisfação na sua maldade.


Então, ele foi desenvolvendo uma espécie de humildade. Humildade literária, em primeiro lugar, que vai se incorporando como humildade real. Tem até momentos em que o Henry Miller chega quase à sabedoria. Ele fez isso, porque ele sincero realmente, ele sabia que o problema estava nele, e não fora".


(Olavo de Carvalho. Curso Online de Filosofia, aula 4).


Recomendo também um vídeo interessante de Guilherme Angra, intitulado "Um homem precisa aprender a matar sua autoimagem | Henry Miller - Trópico de Câncer".



Espero que apreciem.


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