“O livro de Sidney Hook, O Herói na História, discute o papel relativo do indivíduo notável na história. Esta teoria de que a história é feita por indivíduos notáveis foi lançada pelo historiador inglês Thomas Carlyle, que escreveu alguns livros notáveis, como, por exemplo, a História da Revolução Francesa.
No mundo da historiografia e das ciências sociais, ninguém levou a teoria de Carlyle a sério. Eu acho que eu sou o primeiro, depois de Sidney Hook. O papel do indivíduo na história tem sido totalmente negligenciado. Você pega o fim da Revolução Francesa, a França naquela bagunça, miséria, violência para todo lado e você tira desse quadro a pessoa do Sr. Napoleão Bonaparte. Acabou! Nada seria como foi. Um indivíduo, um cara baixinho, de 1,50m, o cara mudou tudo!
Como você pode dizer que Napoleão foi produto das forças históricas do seu tempo? Forças históricas não produzem ninguém! Isso é impossível. O que acontece é que há o indivíduo que enxerga as múltiplas forças históricas que existem e as transcende. Ou seja, as forças históricas estão agindo descoordenadas, e aí aparece um indivíduo que transcende esse quadro e consegue dar um encaminhamento unitário ao conjunto das forças caóticas, que deixam de ser caóticas e se organizam em vista de uma finalidade.
Napoleão vê a confusão e a transfigura num plano. Isso só um indivíduo pode fazer, coletividade nenhuma pode fazer isso. O indivíduo humano é o centro da ação histórica e o centro da ação política, o centro da conquista do poder. Quando você não tem o agente qualificado para isso, as coisas não acontecem”.
(aula do prof. Olavo de Carvalho)
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