Muito antes do primeiro português pisar na África, negros já escravizavam outros negros e com níveis de crueldade maiores.
Esta obra de história, “A Enxada e a Lança: a África antes dos portugueses”, de Alberto da Costa e Silva, publicada pela primeira vez em 1990, assim como o seu livro seguinte, publicado em 2002, “A manilha e o Libambo: A África e a Escravidão, de 1500 a 1700”, são leituras obrigatórias para compreender a escravidão. Elas mostram que esta era uma prática comum na África, muito antes dos europeus comprarem o primeiro escravo africano e que tinha níveis de crueldade com os escravos superiores aos praticados pelos europeus. Nas palavras do prof. Olavo de Carvalho:
“Se você pegar o livro do Alberto Costa e Silva, um grande historiador brasileiro, que produziu dois ou três livros sobre a história da escravidão, inclusive o ‘A Enxada e a Lança’, uma das obras mais completas que existem, ele mostra ali que a escravidão islâmica não foi brincadeira, eles pegaram mais de cinco milhões de pessoas na Europa, numa época em que a população era muito menor do era depois, no século XVIII ou XIX, quando chegou ao auge o comércio de escravos. Mais ainda, nós sabemos que, em geral, o europeu não era o aprisionador, o europeu não fazia incursões dentro da África para aprisionar escravos, ele simplesmente comprava dos muçulmanos que estavam vendendo ali no porto. E, entre esses muçulmanos, tinha pelo menos uns 20% de negros. Quer dizer, esse pessoal estava enriquecendo com o tráfico de escravos.
Então, tem gente que vem com a estória de ‘Ah, os negros, coitadinhos, ... escravizam os outros porque os brancos os obrigavam’ ... O que é isso!? A escravidão islâmica começou oito séculos antes da escravidão europeia... Quando o primeiro português bateu lá, já tinha oito séculos de escravidão islâmica e já tinham levado cinco milhões de europeus para serem escravos no mundo islâmico. Agora, hoje em dia, essa gente vem com a conversa invertida de que o europeu é que é o escravizador; e o que aconteceu antes acaba sendo explicado pelo que aconteceu depois.”
(Olavo de Carvalho, programa True Outspeak, 25-04-2007, disponível no youtube)
Em entrevista no Programa do Jô Soares sobre o relançamento do livro, Alberto da Costa e Silva reafirma esta mesma conclusão:
“Agora, quando os primeiros europeus chegaram para comerciar na foz do Senegal, eles não vinham atrás de escravos, eles vinham atrás do ouro. Do ouro que abastecia a Europa e os países árabes, que vinha basicamente de dois pontos na África, até a descoberta nas Américas, ... E quando chegam ao Senegal, querem comprar ouro e lhe oferecem pouco ouro, penas de avestruz, almíscar, marfim e lhe oferecem escravos... E, durante três séculos, o grosso da escravaria que vem para o Brasil, foi uma escravaria cativada pela gente da África, vendida aos europeus... ” (Alberto da Costa e Silva, Programa do Jô Soares, exibido em 24/06/2011)
Disponível em: https://globoplay.globo.com/v/1546244/
De lambuja, o livro mostra ainda os conflitos, durante a Idade Média, entre os negros que aderiram ao islã, ao cristianismo monofisista e copta (que não eram poucos) e às religiões locais normalmente calcadas no culto aos ancestrais.
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Eles não se dividiam em "negros" e "brancos", e sim em civilizações e povos de culturas diferentes (bantus, yorubás, etc), o que já acaba com esse argumento falacioso de "negros escravizando negros". Esse rótulo de "branco e negro" foi inventado por europeus. Usar Olavo de Carvalho (o astrólogo conspiracionista que estudou só até a 7a série) como fonte de História é piada... Bora estudar?