Crime e Castigo - Fiódor Dostoiévski
- Luís Alberto C. Caldas

- 13 de set.
- 2 min de leitura
[L-039] De onde vem a ambição de mudar o mundo, comum entre jovens de hoje?
Para entender isso, vale a pena ler Crime e Castigo do escritor russo Fiódor Dostoiévski. Sobre o personagem principal desse romance (Raskólnikov), Olavo de Carvalho comenta:
"A sociedade moderna, na medida em que promete uma igualdade de direitos, uma abertura para todos, também suscita na alma de milhões de pessoas ambições que estão muito acima não só da situação delas, mas também muito acima da capacidade delas. Por exemplo, o caso de Raskólnikov: ele não é um gênio efetivamente, é um estudante medíocre que se acredita um gênio. Ele acredita que pode ser um Napoleão Bonaparte, capaz de dominar a sociedade que ele teme. Ele quer alcançar poder sobre a sociedade porque ele tem medo dela, então imagina que pode se tornar mais poderoso que ela e dominá-la. Ele, de fato, não pode fazer isso, ele não tem capacidade para fazer isso.
Se você perguntar: “Naquela época, quantos tiveram capacidade para ser Napoleão Bonaparte?” Exatamente um, que foi o Napoleão Bonaparte. E mesmo Napoleão Bonaparte terminou muito mal.
O indivíduo que se sobrepõe à sociedade e que impõe a ela a marca da sua vontade: esse não é um emprego que esteja à disposição de todo mundo, mas é uma ambição que é oferecida a todo mundo.
Você veja hoje em dia o número de pessoas que acreditam que podem transformar o mundo: cada uma delas é o Raskólnikov. Nenhum delas pode transformar o mundo de maneira alguma, nenhuma delas pode ter um milésimo do poder que imagina ter. Mas elas tentam realizar isso. Mas não sozinhas. Elas dizem: já que a sociedade é poderosa demais, nós podemos nos juntar, para nos sobrepormos a ela.
Só que na hora em que se juntam, cria-se uma outra sociedade que vai pesar sobre eles tanto quanto a anterior, ou mais ainda. Ou seja, vai ser tão mais opressiva e tão mais alienante quanto a sociedade anterior".
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