Uma pessoa pode educar um país?
- Luís Alberto C. Caldas
- há 7 dias
- 3 min de leitura
Atualizado: há 3 dias
[N-001] Na educação, a qualidade é mais importante que a quantidade.
Um vício nefasto do brasileiro típico é o fatalismo. A cultura brasileira subestima a força da personalidade. Por isso, quando veem o tamanho de um desafio como educar a população do país, creem que a ação deve necessariamente partir do estado.
Dizem: Mas isso é impossível! Uma pessoa não pode fazer diferença! Isso vai demorar séculos!
Mas façamos uma simulação para ver se isso é verdade...
Com bom método, como o aplicado aqui neste blog, o tempo para que uma pessoa aprenda a ler com compreensão não é tão grande assim, nem é tarefa tão difícil: numa estimativa conservadora, podemos supor dois anos de dedicação parcial de um adulto, nas horas vagas, em meio aos outros compromissos da vida, como o tempo necessário para aprender.
Então, se um único homem culto ensinar cem pessoas, terão se passados dois anos, e haverá 100 pessoas que leem com compreensão (1 x 100).
E se essas cem pessoas ensinarem mais cem cada uma, termos dez mil novas pessoas educadas no país (100 x 100 = 10.000), no período de quatro anos.
Se essas dez mil pessoas educadas, por sua vez, educarem cem outras pessoas cada uma, haverá um milhão de pessoas educadas a mais (10.000 x 100 = 1 milhão), em apenas seis anos desde o começo do movimento.
E, se esse um milhão de pessoas ajudarem cada uma a educar outras cem, teremos metade da população brasileira educada, cem milhões de pessoas sabendo ler com compreensão (1 milhão x 100 = 100 milhões).
O Brasil terá mudado radicalmente, em 8 anos.
Qualquer um que veja essas contas simples, há de admitir que é possível que isso aconteça. Pode até achar difícil, mas não impossível. Algumas pessoas podem falhar nessa corrente? Podem, mas outras podem dar frutos muito maiores; ainda mais com os recursos de comunicação disponíveis hoje em dia. Pode ser que demore mais que isso? Pode, mas se demorar o dobro ou o triplo, ainda será um tempo insignificante para se mudar um país.
A verdadeira mudança depende muito mais da qualidade das pessoas do que da quantidade. Uma única pessoa que realmente saiba ler com compreensão pode iniciar o processo, mas um milhão de pessoas que não saibam são completamente impotentes para fazer o quer que seja.
Todos os recursos de um governo podem apenas aumentar o número de escolas e o número de professores, mas professores que não compreendem perfeitamente o que leem não podem ensinar a ler com compreensão. E aprender a ler com compreensão, assim como a formação de um grande escritor, não depende de grande quantidade de recursos materiais, depende do talento, do desejo e da sinceridade de uma única alma.
É a ação de indivíduos que mudam as cidades, os países e o mundo, não a ação de estados. A Teoria do Grande Homem de Thomas Carlyle vem sendo combatida há quase dois séculos, muito mais pela inveja que desperta que pelo exame imparcial dos fatos.
Ademais, crer no contrário é profundamente anticristão. O cristianismo aposta tudo na força da personalidade humana. Se o poder do estado fosse a fonte principal das mudanças, Jesus teria encarnado como filho de um imperador romano, não no lar de um carpinteiro. E, tentado pelo diabo com o poder sobre todos os reinos da Terra, rejeitou com desdém. E por incrível que pareça, 12 homens comuns, seus discípulos, geraram uma mudança radical em todo o mundo.
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